Olá, caro aluno, neste artigo-aula tratarei sobre o Brasil Colônia, um período que vai de 1530 a 1822. Este período inicia-se a partir de quando Martim Afonso de Souza chefia a primeira expedição colonizadora enviada por Portugal.
No entanto, na atualidade, essa ideia de descobrimento está meio por fora, a ideia de um achamento ou até mesmo da colonização e da entrada nesse território é um pouco melhor para a gente utilizar.
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Livro “A Formação do Brasil: Entre a Fé, a História e a Geografia

Existem na sociedade brasileira visões diferenciadas sobre a formação do nosso país, e este livro tem por missão trazer o tema sem viés ideológico presente nas escolas, nos livros didáticos e até nas universidades.
Além do mais, ele explora temas importantíssimos que tratam sobre a participação das missões jesuíticas, a formação do nosso território como um todo e, o mais importante, a preservação da fé católica, absorvida desde o início da nossa nação.
Portanto, este livro traz em seu conteúdo uma visão extremamente fundamentada em documentos sérios, sem, portanto, como já disse, distorções de ideologias, como bem sabemos, infiltradas em todas as áreas da nossa sociedade.
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América Portuguesa

Um termo importante para se pensar é sobre a América Portuguesa, porque ainda não era Brasil, nosso país ainda não era independente, era uma colônia de Portugal.
Um fator importantíssimo no estudo de história é prestar atenção nos conceitos. Além do mais, é preciso ficar muito atento, pois os conceitos históricos mudam com o tempo o seu significado.
Portanto, por muito tempo se falou em descobrimento, embora não se fale mais disso agora, mas provavelmente vocês poderão encontrar em alguns documentos do passado.
Encontro dos portugueses com os indígenas.
Outra questão importante de se pensar trata do encontro com portugueses e com grupos indígenas.
Eu estou usando o termo indígena e por que não índio? Porque o índio é um termo errado, generalizado, de como os europeus chamavam os habitantes, os nativos aqui da América Portuguesa.
Incluíam esses povos tão diferentes, com hábitos, com costumes tão distintos, em um termo somente. Então indígena é um termo melhor, é o termo mais correto para se utilizar.
Pensando que o olhar que o português tinha para com esses povos é um olhar bem diferente e, no entanto, os relatos que a gente relata sobre os indígenas não são sempre a partir do olhar do europeu.
Muito porque o indígena não tinha escrita, uma vez que são povos considerados como ágrafos e, portanto, tinham formas diferentes de se expressar.
Mas como o português tinha o domínio da escrita, os documentos que ficaram desse período, os relatos que têm, vão ser um relato com um olhar do europeu, um olhar que a gente chama de etnocêntrico.
Modo como os portugueses viam os povos indígenas.

O que significa isso? É um olhar que vê a sua cultura, os seus valores como referência. Então, para o português, o indígena vai ser um espanto, pois eles não usam roupas e não têm vergonha disso.
Vai ser um espanto para eles, uma vez que não acumulam riquezas, que caçam, pescam para suprimento daquele dia, e está tudo bem.
Para o português, isso vai ser visto como um absurdo. Então dizem que são preguiçosos. Será que de fato eram? Não, eles somente tinham conceito de trabalho diferente do português.
Dessa forma, a gente tem que tomar muito cuidado com os relatos e os olhares dessa época, porque eles são carregados de uma visão que não tinha o conhecimento do todo dessa cultura.
Por isso é muito importante a gente pensar na historicidade dos conceitos. Ou seja, essas ideias, essas palavras vão mudando de significado ao longo da história.
Essa introdução foi somente para prestarem um pouquinho de atenção nessa questão, porque tem muitos relatos, principalmente na carta do Pero Vaz de Caminha dessa época.
Ela é toda carregada com esse olhar, com essas visões. Então, é importante a gente entender conteúdo para sair bem quando for resolver algum exercício, certo?
Pré Colonização
Então, qual vai ser o tipo de colonização que os portugueses vão fazer? Entre 1500 e 1530, a gente tem um período chamado de pré-colonização.
Foi um período em que os portugueses, como não encontraram ouro, metais preciosos logo de cara, como aconteceram com os espanhóis na América Espanhola, eles acabam fazendo o quê?
Não colonizando de forma direta. A coroa portuguesa vai incentivar pessoas a virem para o Brasil, claro, com o seu próprio investimento, sem precisar gastar dinheiro.
Pau -Brasil
Além de outros objetivos, queriam também explorar o pau-brasil, que foi o primeiro produto que foi explorado aqui. Então, esse início da colonização, até 1530, o pau-brasil chamava muito a atenção.
Primeiro, porque a madeira era muito utilizada na Europa para fazer móveis e outras coisas mais, e também pela tinta que existia no tronco do pau-brasil, que é uma tinta bem avermelhada.
Por isso nosso nome aí vem de Brasil, vem de brasa, essa cor bem forte.
Então os portugueses acharam que aquilo seria bacana para explorar e para ganhar dinheiro e alguns portugueses vêm para cá com o seu próprio investimento, com a intenção de explorar a madeira do pau-brasil.
Porém, boa parte daquilo que eles conseguiam explorar vai para a coroa portuguesa. E como era feita essa extração do pau-brasil? Por meio do que a gente chama de escambo, que era uma troca que os indígenas faziam com os portugueses.
Prestem muita atenção nessa questão, porque tem muito livro didático que diz assim: não, porque os índios trocavam a madeira do pau-brasil por miçanga!
E talvez você possa ficar pensando, nossa, que sentido faz isso? Ou seja, trocar por espelho, o que vale isso? Não era bem assim.
Claro que também tinha as trocas por miçanga, por espelho, isso de fato acontecia, mas os indígenas também tinham vantagens.
Muitas vezes eles trocavam a madeira do pau-brasil por ferramentas de ferro, que eles não tinham aqui.
Então isso era muito bom para eles na agricultura, para se defender de qualquer inimigo, enfim. Assim sendo, também tinha algumas vantagens nessa troca.
Capitania Hereditária
Entretanto, capitania hereditária é a divisão do território.
Embora o território brasileiro fosse diferente de hoje, enfim, se encontrava próximo ao litoral, e foi dividido em 15 lotes e cada lote era administrado por um capitão donatário diferente.
A partir do momento em que essas capitanias hereditárias são introduzidas e que isso começa a ser feito pela coroa portuguesa. No entanto, tem outra questão importante dentro das capitanias hereditárias que é a distribuição das sesmarias.
Ou seja, Sesmarias eram esses lotes de terras, como a capitania hereditária, muito grande. Esses lotes de terra eram divididos para outros nobres portugueses.
Distribuição das Sesmarias.
Isso é muito importante porque as sesmarias acabaram trazendo uma concentração de terras muito forte, porque eram grandes lotes de terra na mão de apenas uma pessoa.
No entanto, vemos muitas vezes questões do vestibular ou até mesmo nas apostilas, questionando essa ideia de como começou, isto é, de como se deu início à concentração fundiária na colonização.
Um dos fatores, foi devido às capitanias hereditárias terem durado muito pouco tempo, mais precisamente entre 1533 e 1534,então, a concentração fundiária se deu na distribuição das Sesmarias.
Motivos do fim das Capitanias Hereditárias
Em primeiro lugar, o motivo do fim das Capitanias se deu pela resistência dos indígenas. Os portugueses tinham a ideia de escravizar esses índios, se proteger dos nativos e isso acabou chamando a atenção dos indígenas.
E tudo, lógico, porque estavam entrando no território que era dos índios, dessa forma, acabou acontecendo essa resistência.
Inclusive, tem muito conflito entre os portugueses e indígenas, isso está registrado em vários documentos e isso acaba fazendo com que alguns capitães donatários desistam das suas terras.
Em segundo lugar, também acontece que o lote de terras, a capitania, era muito grande para que só um capitão donatário conseguisse administrar tudo sozinho. Por esse motivo, muitos acabaram desistindo.
Em terceiro lugar, também, foi o desinteresse desses capitães donatários.
Muitas vezes eles não encontraram aquilo que eles queriam rapidamente, ouro, prata ou qualquer outro tipo de exploração que eles poderiam fazer. Então, alguns acabaram desistindo de administrar esses grandes territórios.
Entretanto, isso vai fazer com que a coroa portuguesa comece a pensar em outro tipo de administração para sua colônia. Qual vai ser a alternativa da coroa portuguesa?
Criação do Governo Geral
Fica decidido, então, criar o que eles chamam de governo geral, que vai ser uma forma de centralizar a colonização, centralizar a administração da coroa portuguesa aqui na colônia.
Então, em primeiro lugar, vai ser criada a capital da capitania hereditária da Bahia, que é Salvador. E dentro dessa capital, administrativa, (não vai ser a capital, porque a gente ainda é colônia), vai ter, então, a administração da colônia.
Entretanto, vão continuar existindo as capitanias hereditárias, porém, são somente duas que vão conseguir sobreviver a tudo isso, a prosperar, que vão ser a capitania de São Vicente e a capitania de Pernambuco.
No entanto, o governo geral vai ser o tipo de administração que vai dominar a partir de 1534. Inclusive, o governo geral tinha um governador, que no caso foi o Tomé de Souza.
Inclusive, Tomé de Souza precisava seguir toda uma regra do que ele poderia fazer ou não ali dentro desse governo, e é um documento chamado Regimento.
Funções do Governo Geral

Nesse regimento, você tem todas as atribuições do Tomé de Souza, como, por exemplo, garantir o monopólio do pau-brasil à coroa, fiscalizar e auxiliar as capitanias, atendendo o interesse do governo.
Além do mais, promover o povoamento e fundar vilas, controlar as relações entre os indígenas e os colonos e promover a defesa da terra, instalando fortes e armando os colonos.
Assim, a cidade de Salvador passa a ser o centro administrativo do governo geral e todas as vilas, as cidades que eram fundadas e as capitanias que ainda existiam, recebiam ordens, então, desse centro administrativo.
Outra forma também de controlar, de colocar regras e leis nessas novas cidades que estavam surgindo, foram às chamadas câmaras municipais.
Essas câmaras municipais serviam para administrar, para controlar toda essa parte burocrática das pequenas vilas que estavam sendo fundadas.
Quem poderia participar dessas câmaras municipais eram somente aqueles que a gente chama de homens bons. Prestem atenção nisso, é muito importante para a gente perceber também a estrutura política da colônia.
Os homens bons deveriam ser homens, para começar, portugueses, brancos, que nunca tivesse exercido nenhum trabalho manual, nenhum trabalho físico.
Ainda, precisava que fossem nobres, obviamente, que não tivessem outra religião, além do catolicismo. Então, você já traz uma elite para participar da política.
O senhor de Engenho

Os senhores de engenho desempenharam um papel importante na produção de açúcar nos séculos XVI e XVII.
Os primeiros engenhos foram organizados no nordeste, mais precisamente na capitania pernambucana, tendo expandido para outras regiões, como Bahia e Rio de Janeiro.
Entretanto, a sociedade colonial, no início da colonização, ou seja, a sociedade do engenho era uma sociedade de base escravista. São os escravizados vindos da África que vão trabalhar nos engenhos.
Dessa forma, a gente tem engenhos que tinham entre 100 a 200 escravizados. Entretanto, na época, tinha-se um pouco mais de ênfase no racismo contra negros, embora hoje tenha diminuído um pouco essa prática.
No entanto, esses senhores detinham grande poder político e econômico na era colonial. Influenciavam e controlavam extensas propriedades de terra e eram privilegiados no que tange aos recursos financeiros, como financiamentos.
Muitos desses eram considerados autoridades, pois desempenhavam grandes papéis sociais, como administradores das colônias, muitos eram vereadores, juízes etc.
Finalizando, os engenhos de açúcar foram o motor da economia do Brasil por mais de 200 anos, gerando lucros altíssimos aos proprietários de engenhos, à coroa portuguesa e também aos comerciantes.
Vou fazer outros artigos tratando sobre esses temas específicos, como, por exemplo, mais detalhes sobre os Senhores de Engenho, sobre a influência da Igreja Católica e muito mais.
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