A Idade Média não foi a Idade das Trevas. Saiba porquê.

Hitória da Igreja Católica

Neste artigo, pretendo mostrar que a Idade Média não foi a Idade das Trevas, como ainda hoje, nas escolas, esse período histórico é tratado.

No entanto, a Idade Média foi um período em que se produziu muita cultura e saberes por meio da Igreja Católica, embora, como todas as épocas, tenha suas mazelas.

Para contextualizar, a ideia de que a Idade Média foi a Idade das Trevas surgiu com o pensamento iluminista, que, numa tentativa de elevar suas ações, nem sempre foi muito honesta.

No entanto, tentaram imputar à Idade Média um período com características tenebrosas, com o intuito de denegrir a imagem da Igreja Católica.

Entretanto, para refutar essas ideias vou dissertar muito neste artigo e também deixar algumas bibliografias que remete sobre o tema.

Por ora, indico o livro da historiadora Régine Pernoud, intitulado “Luz da Idade Média.” Caso queira adquirir, vou deixar o link no final do artigo.

A falsa era de estagnação e de Obscurantismo

Além do mais, apregoa-se que, nessa época, imperava a estagnação e o obscurantismo.

No entanto, a Igreja Católica, por sua vez, é tida como a responsável por essa época de atraso, por conta de sua suposta oposição à ciência e aos avanços tecnológicos.

Ou, no mínimo, ela é reduzida a um papel marginal na história, como se a Igreja não tivesse nem ao menos contribuído para a formação da civilização ocidental ao longo dos séculos.

Nada poderia estar mais longe da verdade.

E já faz pelo menos um século que uma série de investigadores e historiadores, principalmente nos Estados Unidos, está reavaliando ou refutando essa tese completamente estapafúrdia.

Um desses historiadores se chama Thomas Woods e ele desmistifica de maneira magistral essa noção comum de que a Idade Média foi um período de atraso e obscurantismo.

Leia também: Resumo da Idade Moderna

Igreja Católica como força impulsionadora

Além disso, defende que a Igreja Católica, longe de ser anticientífica e contra os avanços tecnológicos, na realidade foi uma força impulsionadora da cultura, da educação, da ciência, da arte e da filosofia durante esse período.

Segundo o livro de Woods, ao contrário do que muitos dizem, de que a Igreja Católica tenha sido causa de atraso na Idade Média, ela foi indispensável para a construção da civilização ocidental.

Entretanto, a Igreja foi a propulsora dos avanços que tornaram a cultura mais desenvolvida no Ocidente.

Inclusive, este escritor escreve o seu livro mais vendido e respeitado, intitulado “Como a Igreja Construiu a Civilização Ocidental”, que indico como leitura indispensável para compreender melhor o assunto.

Link no final do artigo!

No entanto, houve um tempo em que se chegou a considerar, nos meios de comunicação e na academia, que todo o milênio que vai do fim da Antiguidade, no século V, até a época renascentista, no século XV, como sendo a Idade das Trevas.

Porém, viu-se que era um absurdo considerar uma era tão fabulosa e tão brilhante como a Escolástica, que se inicia no século XI, onde as produções literárias e filosóficas eram abundantes, como um período obscuro.

No entanto, até os séculos VIII, IX e X passaram a ganhar reconhecimento como uma época de grandes realizações. Portanto, os historiadores têm empurrado cada vez mais para trás esse rótulo negativo, atribuindo-o aos séculos VI e VII.

Declínio do Império Romano

Quanto a isso, realmente não dá para deixar de considerar que, nesses dois séculos, tenha havido retrocessos.

A questão que fica é: teria sido culpa da Igreja? Seria injusto dizer que sim, já que foram as invasões de povos bárbaros que derrubaram o maior símbolo de civilização daquele tempo, o Império Romano.

No entanto, por consequência, o declínio era inevitável, por se tratarem de povos com pouco apreço pela civilização, e não havia nada que a Igreja pudesse fazer.

Assim sendo, a resposta mais sucinta é que foram as guerras, e não a Igreja, as responsáveis pela decadência do Ocidente nesse período. Mas essa decadência foi perpetuada pela Igreja? E é isso que nós iremos ver.

O primeiro passo da Igreja foi evangelizar esses povos bárbaros. Os primeiros a se converterem ao catolicismo foram os francos, através de seu rei Clóvis, em 496.

A partir daí, ainda levariam 4 longos séculos de trabalho duro da Igreja até que todos os povos bárbaros da Europa Ocidental se convertessem.

A Igreja sabia que o Império Romano não iria se restabelecer por si próprio e viu nesses povos o futuro da Europa. Então, foi acolhendo os povos bárbaros e, fazendo deles o fundamento, que a Igreja reconstruiu o Ocidente.

Sacro Império Romano

Em 800, a Igreja instituiu sobre os francos, na pessoa de Carlos Magno, o Sacro Império Romano.

Desse modo, a Igreja Católica demonstrou sua disposição em assumir a responsabilidade de conduzir a civilização, a partir do momento em que concedeu aos francos o título de Sacro Império Romano.

E os francos, por sua vez, povo bárbaro escolhido pela Igreja para um destino civilizatório, souberam exercer muito bem esse ideal.

Foi então que Carlos Magno, merecendo o título de Pai da Europa, fomentou vigorosamente a educação e as artes em seu império, solicitando aos bispos que organizassem escolas ao redor das catedrais.

Entretanto, isso estimulou fortemente uma mudança na qualidade e na intensidade da vida intelectual, o que era uma novidade entre os reinos bárbaros até então.

O resultado desse estímulo à educação e às artes é o que ficou conhecido como a Renascença Carolíngia, e teve como figura central Santo Alcuíno, que, dentre tantas outras qualidades, era um grande professor de latim.

E por que isso era importante? O conhecimento do latim propiciava um retorno às fontes antigas tanto da patrística como da literatura clássica romana, e com isso houve uma evolução notória na vida intelectual na Europa com o estudo desses escritos, que até hoje são essenciais para o Ocidente.

Livro Luz da Idade Média de Régine Pernoud

Neste livro, a autora desmonta a propaganda iluminista que se propagou por muito tempo e, inclusive, até hoje se difunde, de que a Idade Média era a Idade das Trevas.

No cinema, nos livros didáticos e até mesmo nas escolas, muita gente foi levada a pensar que os construtores das catedrais, os teólogos escolásticos eram fanáticos e que a Idade Média era um período marcado pela ignorância, pelo medo e por um povo intolerante.

Sugiro ler esse livro e você verá que há outra face da história que não é contada. Clique aqui e adquira agora mesmo.

Em breve, mais artigo sobre o tema.

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